CORPOS EM MELODIA (REEDITADO)

Esta é mais uma daquelas noites que me encontro entre a realidade e a inspiração. Na qual o meu corpo outrora solitário, ora dependente do prazer inigualável em ouvir a melodia que vem dos nossos corpos e de nossas vozes, quando nos amamos.

Os meus olhos aprendem tudo sobre os seus, nossos cabelos suados se embaralham e os nossos corpos tão ávidos um pelo outro se embrulham e  se presenteia um ao outro.

Mais uma vez em devaneio, como na realidade sinto-me inteira, da metade que outrora fui e por você completa a inspiração se desnuda, deixando minhas palavras explícitas e ritmadas.

Na nudez de sua pele, as minhas mãos e os meus lábios em pleno gozo poetizam ritmados pela melodia do amor.

Na fração de minuto depois meus olhos ora silenciosos se abrem e torna-se cúmplice dos seus e se unem como as palavras por mim ritmadas e se faz poesia.

FRAÇÃO DE MINUTO

POR BTSE

Em uma fração de minuto os meus olhos traduzem em palavras confessas,

O que a emoção alucinadamente segreda ao teu.

Confissão feita a um coração outrora solidário,

                Ora compassado as palavras segredadas,

Mas o ponteiro do relógio da vida teima em lembrá-los

Que o segundo está a findar-se.

Então enlouquecidos comandam

Que os seus corpos ávidos por ouvi-las

Reajam e se entreguem no próximo milésimo de segundo,

 Tornando-os cúmplices do amor e do prazer,

Que na outra fração iniciarão a viver.

Verso a verso... Estrofe e estrofe... Devaneio parecendo realidade quando  os meus olhos se abriram e vi a inspiração em pelo. Na reticência de minha voz perplexa com tamanha beleza, meus olhos desejosos leem o poema que no gozo do amor poetizei.

Sua pele, outrora um papel virgem, ora página de um livro a ser inscrito,  por meus lábios desejosos de  que a emoção nela exercitasse o meu ofício de poeta.

A maciez de sua pele incitou que a minha língua poetizasse no recôndito do seu corpo, aonde as minhas mãos não alcançasse. Alucinei-me e na translucência dos seus olhos me perdi no seu corpo até êxtase declamá-los, ora em gemidos outra em tom alto.

Na excitação de nossos corpos, me entorpeço com o que há tempos virou o meu vício te amar.

MEU VÍCIO É TE AMAR

POR BTSE

Na dependência de você

Conto as horas para ao seu lado estar

Enquanto longe estou...

Sigo dependente da alucinação momentânea

De estar ao seu lado.

No desvario de uma noite silente

E da balburdia do dia

Ter a nítida sensação de meu corpo

No seu deslizar.

Do cavalgar em dueto,

De atravessarmos montanhas sinuosas

E de nos banharmos em rios de águas

Que nascem na profundeza de nosso ser.

Viciante sonho, ou dependente realidade.

Do que flui de sua alma,

Do seu corpo ávido em me alimentar.

Totalmente dependente do seu  amor.

Neste vício meus sentidos se perdem

E se entregam a VOCÊ.

Completamente entregue o meu eu, um poeta se transforma em um compositor diante a sublimidade de seu corpo.  Na alucinação momentânea verso a verso daquele poema escrito no prazeroso exercício de te amar transformam-se em estrofes.

E no ápice compus o estribilho, mas em fração de minuto o suor destilado dos nossos corpos, do teu sobre o meu fez desaparecer cada palavra nele ritmada.

Porém, o  fulgor dos teus olhos tatuou  em minha memória a canção de amor, que você meu poema vivo me inspirou.

CORPO EM MELODIA

POR BTSE

Toco o seu corpo

Compondo a melodia triunfal.

Claves.

Bemóis.

Portões.

Primas.

A sua pele

Vestimenta do seu corpo

E o papel cifrado para melodia compor.

Em plena criação da partitura original

E do arranjo para que a minha voz,

No exato momento do amor a entoe.

Então de compositora a intérprete

Ora a improvisando em seu ouvido,

O que as minhas mãos exaustivamente

Vai escrevendo em sua pele.

No arrepio dos seus pelo,

A cada cifra por mim escrita,

O meu corpo entrega-se ao seu.

À medida que ele se entrega

A composição não é mais minha

Torna-se sua.

A minha pele passa a ser

A extensão da sua...

E você começa a escrever  

Prazerosamente nela a sua composição.